quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Devaneios

    Todas as vezes penso nos quase namoros que já passei, por mais que não namorei ninguém, conheci muitas mulheres que podia ter tido um relacionamento, me referirei a elas por codinomes, apenas para não revelar a identidade, começo por três que falavam comigo em 2018.

   Elas eram amigas, a primeira delas é a "Patricinha", nem lembro mais seu nome, mas ela era de velocidade e eu lento, nossos ritmos eram conflitantes, ela acabou achando um cara rápido que a acompanhava, ela queria tigres numa coleira de ouro, ele o seu corpo e eu amor verdadeiro, não sei o que aconteceu depois, mas do jeito que ele a desprezava pelas suas costas, não deve ter ido bem.

   Podem dizer que a segunda era a "Delegada", sempre querendo me isolar e me proibir de falar com as outras, era linda da pele morena, mas seu comportamento possessivo e restritivo sempre me incomodou, sempre quis mandar na minha vida e éramos meramente colegas, imagina se namorássemos? 

   Contar agora da terceira, a "Enjoada", só sabia criticar e botar defeitos em tudo que eu fazia, eu a chamava internamente de "Kasumi", por causa da tsundere do KanColle de mesmo nome, ela menosprezava tudo que eu fazia, como se nada fosse certo.

   Como nos separamos por sermos de cursos distintos, continuei falando com uma outra, a "Escondida", mas ela sempre agia como se fosse minha mãe ou se eu fosse um cachorro, me controlando, dizendo o que eu podia ou não fazer, até conversamos pacificamente, mas ela não me compreendia tanto quanto eu a compreendia, queria sempre agir como mãe reguladora e punitiva.

   Uma outra, que eu conheci já no pós-pandemia, foi a "Picolé", da qual guardo um pouco de rancor ainda, a psicopata que se fazia de amiga para extrair fraquezas dos outros e depois usar contra eles, fofocar, falar mal, mentir e difamar. Prometia tudo, mas não era nada, fingia inocência para conseguir o que queria, sonsa, mas sabia usar as garras.

   Experiência aleatória foi quando duas mulheres que eu comecei a conversar no ônibus estavam indo para o mesmo destino que eu, até cheguei a dar meu telefone, mas nem sei se elas realmente se importaram, não ligaram, também não ligo, nem merecem um apelido.

   Você pode dizer que a primeira experiência positiva foi com a "Condessa", quem me deu e tirou a esperança de amar em menos de um ano, ela tem conserto, mas depende só dela, sua imaturidade a fez me tratar como um pet, que obedece às suas ordens, e como um pai, que lhe banca mimos e presentes sem fazer nada por mim ou por merecer. Mas ela tem uma alma pura e parece fazer isso por imaturidade, age como se tivesse 8 anos de idade, mas tem 24.

   Não posso me esquecer da "Engenheira do Hawaii", uma mulher que conversamos por dois dias, mas fluiu como um rio, nos damos muito bem, mas meus pais são contra ela, talvez eles tenham razão, talvez o jeito parcialmente irritado dela, às vezes perdendo o controle, seja um problema, talvez ela se fazer de coitada e burra, mesmo não sendo, se manteve em relacionamentos tóxicos e aturou muito mais do que devia, mas diz ser brava e vingativa, quase enfiou um garfo em mim por brincadeira.

   Acha que acabou? Tem a "Princesa do Agreste", uma caruaruense que conheço desde menino, não sei dizer o que se passa em sua cabeça, pouco a vejo, mas ela não deixa de ser uma mulher que conheço e que até foi uma possibilidade, mas não evoluiu, mal tinha como, nenhum de nós queria um relacionamento à distância.

   Que eu lembre, também teve a "Deusa Pernambucana", uma mulher que conheci no hospital em Setembro ou Outubro de 2019, não tenho certeza, estava mal com uma gripe forte, essa foi erro meu, devia ter pego seu contato, nem eu, nem minha mãe, ambos lá falando com ela, lembramos de pedir, mas a culpa majoritária foi minha, ela era calma e estava na enfermaria ao meu lado, parecia tão gentil e fofa, mas agora é tarde.

   Conta como experiência, muito aprendi, principalmente quem evitar, tantas pessoas ruins e boas que passaram aqui, fazem parte da vida, agradeço não ter me precipitado, pois muitas dessas seriam problemas para mim, mas aprendi a não rescindir no erro.


Toinho Stark do Cangaço, 24/09/2024


(Todas elas podem contar como uma experiência, você não acha que conta?)

domingo, 22 de setembro de 2024

O remédio que falta

   Entre tantas coisas em minha vida, lembro da difícil luta para respirar, para dormir, o inferno que foi do meu nascimento aos 15 anos de idade, espirrar, corizar, coçar os olhos, as duas narinas entupidas, nem podia beber água direito, nada tinha o gosto certo, isso quando tinha algum, mal conseguia pegar no sono, quando pegava, acordava sufocado no meio da noite. Era uma luta, eu implorava para morrer, mas uma glória me salvava, na verdade, uma Helena.

   Afagar suas mãos em minha cabeça me tirava de tempo, mesmo que não tirasse os sintomas, era como mágica, a dor de cabeça sumia, o corpo deixava de euforia e, enquanto o catarro escorria, o meu corpo aquecia, a mente me adormecia, só assim eu dormia. Quando estava triste, seu ombro de mãe me acolhia, quando não ela, era minha tia, que foi afagar os anjos em 2020, cuidar de tantos que precisavam dela no outro lado, deixando aqui minha mãe para me cuidar, pena que muitos também precisam.

   E assim, há muito minha mãe não afaga minha cabeça, eu cresci, mas esta abstinência ficou, uma doce e leve mão feminina que tinha magia em seu toque, pois um amor puro e verdadeiro pode vencer as mais difíceis batalhas. Hoje a rinite não é tão forte, mas a solidão sim, me falta mais que só uma mão. A mesma mão que batia quando errava, acariciava quando precisava, hoje não tenho nenhum, os tapas que eu levava nem machucavam perto do carinho que eu recebia, eram como um pedágio para ficar no paraíso.

   Afogar minha dor neste sentimento é o que mais preciso, não consigo chorar em seu ombro sendo um homem crescido, não recebo mais seu carinho, não tens tempo nem para si, falando em tempo, infelizmente o de sua irmã e maior ajudante acabou, o que te sobrecarregou quando mais precisavas de descanso, não quero ser mais um fardo para ti, por isso te ajudo. Mas sou humano também, todos merecem amor e carinho, mas tal qual comida, nem todos têm.


Toinho Stark do Cangaço, 20/09/2024

sábado, 7 de setembro de 2024

O que seus olhos não veem, meu coração sente

    Salve para depois as palavras ao vento que não resolvem problemas, agora a pauta é sobre um problema que me corrói como ácido, machucando e remoendo até que não sobre nada. Meu coração dói, nem sei se é infarto ou tristeza, mas os dois podem me matar.

    O que me sufoca todas as noites é essa tristeza, sou muito carente, mas também tenho minhas preocupações, meus medos, meus problemas, todo um lado que não conto a ninguém, ou conto pouco para algumas pessoas que confio, mas esta é só a ponta do iceberg, não quero me tornar o terrível amigo/filho que só fala de problemas e preocupação, mesmo que, se eu fosse falar de minha vida diária, isto estaria em todas as páginas.

    Corpo dolorido, doenças, quedas, condições de saúde, isto dói, machuca e até me tira um pouco a esperança de ter uma boa vida, mas isto eu aguento, luto contra, é só acreditar que a dor não está lá, ela continua doendo, mas eu ignoro, dá para ignorar, é só um sinal elétrico passando pelo meu corpo até o cérebro avisando que algo está errado, mas e daí? Posso ignorar qualquer aviso.

    Onde eu me encontro agora é em que eu sou o maior perigo para mim mesmo, não aguento mais as noites em claro, a solidão, a insônia que a agrava, os medos de não conseguir algo, a falta de momentos bons, a falta de o quê comemorar, só vejo motivos para ficar ainda mais triste, estou ali em meu leito, sem ninguém, sem nada, sem sono, porém cansado, de tudo que passo e do nada que me cerca, não tenho ninguém para me acalmar ali, mas é quando estou mais tenso, é nesse momento que não tenho amigos, família, amor, nada, só eu e meus pensamentos no escuro e vazio do quarto.

    Reside ali um monte de gatilhos, mas ninguém para me desarmar, você não me vê chorar todos os dias na cama antes de dormir, sentir que o tempo está passando e eu continuo parado, sem conseguir nada, sem avançar um passo, de novo nessa câmara de tortura que é este quarto vazio, quarto que muitas vezes já fui trancado dentro pela minha mãe e agora me tranco por espontânea vontade, são tantas memórias ruins, agravadas pela solidão e o silêncio, que fazem barulho em minha alma.

    Rancor cresce a cada dia, por que passo por tal alforria? Quando tu mostras a tua alegria e as coisas boas da tua vida para alguém que está triste e sofrendo, estás torturando esta pessoa, é como mostrar o quão bem você come para uma pessoa que passa fome ou o quão bonita é a tua casa para um sem teto. Como você quer que eu não sofra? Se você me lembra todos os dias do que eu não tenho, me mostrando com um sorriso o que te faz bem e que não tenho aqui para me fazer bem. Mãe, pai e vocês tantos outros que me fazem isso, por quê? Me dizer que não tem que ser assim não muda como as coisas são e estão.

    Obscuro é o que eu sinto, pior ainda são os momentos em que estou só, à noite, sem ninguém ao meu lado, são estes momentos que você não vê, estas horas incessantes que eu estou martirizado por tudo, sem a proteção de um amigo, um amor, da minha família, onde está você agora? Está bem e aconchegado num amor, numa diversão, na sua felicidade, com seus amigos, por isso acha que eu também deveria me sentir assim, porém você tem motivos para tal, eu não. São nessas noites estressantes, desconfortáveis, tristes, indignantes e cruéis que eu mais sofro, isso acontece todas as noites, que eu me irrito, indigno-me, penso em me matar, não tem ninguém aqui para me dar suporte ou me acalmar, é isso que seus olhos não veem, mas meu coração sente. Uma dessas noites, se isso persistir, eu tenho certeza que vou enfiar algo no meu pescoço ou me sufocar até a morte, se agora já não aguento mais, imagine no futuro? O que você vai fazer mediante isso? Me dar mais motivos para me matar agora? Me culpar? Me atacar? Me dizer que eu estou errado? A escolha é sua, mas as consequências também são de sua culpa.


Observação do escritor: Este texto é exagerado parcialmente para passar melhor o sentimento e tem um teor mais dramático para que haja melhor compreensão da frustração, indignação e irritação minha mediante os sentimentos que tenho e não posso controlar ou nulificar.

    Eu continuo sofrendo para fazer minha mãe feliz porque ela diz que eu sou a única razão de sua felicidade, mas quem me faz feliz? E quem me fará feliz quando o tempo dela na terra acabar?


Toinho Stark do Cangaço, 02-08/09/2024


(Você não me vê chorar todos os dias na cama antes de dormir, sentir que o tempo está passando e eu continuo parado, sem conseguir nada, sem avançar um passo)

(Meu coração dói e nem sei se é infarto ou tristeza, os dois podem me matar)

(Quando mostras a tua alegria e as coisas boas da tua vida para alguém que está triste e sofrendo, estás torturando a pessoa, assim como mostrar o quão bem você come para uma pessoa que passa fome ou o quão bonita é a tua casa para um sem teto)

(Os piores são os momentos em que eu estou só, à noite, sem ninguém ao meu lado, são estes momentos que você não vê, estas horas incessantes que eu estou martirizado por tudo, sem a proteção de um amigo, um amor, da minha família, onde está você agora? Está bem e aconchegado num amor, numa diversão, na sua felicidade, com seus amigos, por isso acha que eu também deveria me sentir assim, porém você tem motivos para tal, eu não. São nessas noites estressantes, desconfortáveis, tristes, indignantes e cruéis que eu mais sofro, isso acontece todas as noites, que eu me irrito, indigno-me, penso em me matar, não tem ninguém aqui para me dar suporte ou me acalmar, é isso que seus olhos não veem, mas meu coração sente. Uma dessas noites, se isso persistir, eu tenho certeza que vou enfiar algo no meu pescoço ou me sufocar até a morte, se agora já não aguento mais, imagine no futuro?)

(Salve O Corpo Onde Reside Rancor Obscuro)