Não é algo intuitivo, mas tenho descoberto muitas coisas sobre mim, coisas que já sabia, mas negava, fingia que não existia ou só fugia, a desta pauta é sobre eu ser ambidestro, inclusive, este texto está sendo escrito com minha mão esquerda neste caderno, mais por capricho meu mesmo.
Sou o tipo de pessoa que sempre se considerou destro, mas eu sabia desde criança que minha letra com a mão direita e com a esquerda eram iguais, igualmente ruins, isto é, mas eu fui doutrinado a escrever com a mão direita. Queria ser perfeitinho, então só seguia o que os outros diziam ser certo, a não ser que tivesse convicção do contrário, logo, apenas escrevi com a mão direita desde então.
Quem melhor que o destino para mudar as coisas? Um dia, quis escrever uma filosofia no caderno que dizia algo como: "Somente porque algo está sendo feito do jeito errado, não significa que está errado". Porém, para passar melhor esta mensagem, decidi por escrevê-la com a mão esquerda, na época já me convencia ser destro por mais de uma década, achava que ficaria horrível, então me surpreendi, saiu legível, ainda assim, neguei. Anos depois recomecei e hoje aceito quem sou, há dois meses pratico uma vez por semana, quando lembro.
Pareço louco falando isso, talvez eu seja mesmo, mas isso se aplica a outras coisas também, que me engano e continuo fingindo e agindo como se fosse de um jeito, mas, no fundo, uma força luta para se libertar das amarras do medo.
Ser o que sou é apenas um pedaço, o que eu deixo verem, mas a dona liberdade dentro de mim confronta o senhor medo, não sei se ganhará, quem sabe ela também escreverá com a mão esquerda.
Toinho Stark do Cangaço, 30/07-02/08/2024
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