sábado, 27 de abril de 2024

A brief story of Sourya

     Born in January 30, 1908, Sourya Hamets, a girl from Tales D. Manager, was destinated to a way of suffering, little did she know. She, since young, was, by own choice, a follower of the "shortener" style (A Leans' stylistic way of women, using short hair and shorter clothes, clothes in Leans are like a sign of wealth, the bigger and more detailed they are, more organized, workful and/or wealthy they were percieved to be), she put up a lot of effort on working and studying, often percieved as kind and generous, dedicated her life to others way more often than to herself. In January 1st, 1932 (23), she entered to the navy, she dreamed to have a husband and kids, but felt that first she should give to her country, then to herself, she had a plan to serve 5 years (Standard service) then go live her life, fully accomplished.

    But in 1937 tensions were high against Japan, Leans held all active personnel, it was her last year of service, with the invasion of China by the Imperial Japanese Army, she would be held back in the navy, she was commanding a destroyer then, until tensions ceased. But World War II happened, she hated war and then more and more as she saw its cruel nature, she turned extremely angry towards anything related to war, with energetic rage.

    At 1945 (37), she was already feeling sick and tired of this, as soon as Japan surrendered (September 2, 1945), she asked to bail, but couldn't even enjoy her freedom, as her sickness got worse, she lived in a hospital until the end of her life at January 31, 1946 (38), she never got married nor had kids, never made her own dreams come true, she hated war even more for taking from her the only time she had to do everything, taking her only chance to be happy herself, in the end, her pain echoed through centuries to come.

    "I hate war, people kill each other because an ambicious coward decided that it did not have enough to itself" -Sourya, 1939 (Author's postcomentary: This was her comentary on Hittler's invasions on Europe, 27/04/2024).

    Until nowdays, in Leans, people who died before reaching their goals for being too occupied on their duties are named as "Syndrom of Sourya". To her honor, every January 31st, couples ceremonially avoid demonstrate love, at least the ones who keep her memory alive, in honor to her pain.

    "It took my chances to enjoy my life, it took everything from me, my most valuable resource: Time" -Sourya, December 1945


Sourya Hametsu during her teenager years

Toinho Stark do Cangaço, 03-06/02/2023

O nada é pior

    Não sinto como se algo me fizesse bem, é tortura viver sem amor, viver sem ter alguém que cura esta dor. Não consigo descrever este sentimento, não sinto-me bem fazendo nada, não existe algo na vida que me dê vontade de fazer, que me alegre, mas ainda vivo fazendo as coisas que um dia me alegraram, como se a nostalgia me fizesse acreditar que o bem-estar está atrelado a estas atividades, que não surtem efeito nenhum senão decepção de saber que nem isso me alegra mais, mesmo assim, continuo fazendo. Este sentimento é como tomar um remédio que um dia surtiu efeito, porém hoje não causa mais nada, e eu tomo estes remédios mesmo assim, mesmo sem sentir efeito, cada vez uma dose mais alta, mas nada acontece, é como aquela cena do Pica-Pau, no qual eles arrancam a impressão de um frango assado de um calendário na parede, jogam sal e comem o papel com a impressão, mesmo sabendo que não vai saciar a fome.

    Sinto que perdi o brilho nos olhos, a vontade de viver, as ambições, os objetivos, tudo parece apenas uma tarefa que devo fazer para cumprir o dia, que faço por não ter opção, mas desdenho como se não fosse nada. O que importa se a bolsa ficou no chão, se eu não cortei o cabelo, se eu comi, se dormi, se eu interagi com pixels numa tela, se o lixo está dentro ou fora de casa, não muda. Não é como se eu quisesse acordar amanhã, por que organizar tudo hoje? De que serve um bom computador se ele não me diverte mais? De que servem os amigos se este choro que agora cai não é acolhido por ninguém?

    Eu preciso de alguém que seja um motivo para que eu viva, pois não sou nada, não vale a pena viver por mim, pois o nada é sempre pior que o pouco. Preciso de viver por alguém que me queira vivo, pois, por mim, já estaria morto, que me faça bem, porque estar vivo é uma tortura para mim, a vida me faz mal, alguém que me ajude quando eu estiver doente, o que acontece quase todo dia, alguém que justifique passar por todo esse estresse de estar vivo neste mundo, pois eu não mereço nada, só quero fazer isto por alguém que mereça.

    Em seguida, me pergunto se vale a pena pensar, então lembro que os que não pensam só perceberão tarde de mais o que já percebi, então o arrependimento será maior.

    Minha vida hoje se resume em fazer o que sempre fiz, nem sei se me faz bem ou vale a pena, apenas não tenho um plano melhor, então sigo o caminho que já conheço. Queria mudar, mas para onde? Para outra rotina imbecil que não vai me levar aonde quero chegar? Se for assim, não precisa, esta já faz isso.

    Alma é algo que perdi na estrada, que talvez morreu junto com as pessoas que me amavam, quando eu pensava em me matar, lembrava delas e perdia a coragem, hoje só resta uma pessoa, não sei por quanto tempo, que ainda está ao meu lado. Mas estou disposto a colocar outras pessoas no lugar, só precisa ser alguém que conviva comigo, que me arrasta para onde quero ir mas não tenho energia, que me acompanhe nas minhas ideias mirabolantes, que me mostre que viver vale a pena. Enquanto isso, vivo está rotina enquanto rio sem achar graça, finjo felicidade para atrair novas pessoas, finjo estar bem para afastar novos conflitos. 

Toinho Stark do Cangaço, 18/04/2024, 05:20

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Condessa

    Por vezes fico pensando no que deveria fazer, será que vale a pena lidar com você, pois sempre ages como condessa, mimada, que não consegue aceitar um "não", que quer tudo do seu jeito, não há negociação, não podes esperar sem desesperar, nem ouvir sem chorar, nem me respeitar, nem entender meus sentimentos, mesmo que eu tente entender os seus.
    Não me importo de mimar ou dar carinho, cuidar de ti só por saber que precisas, mas não quero ser obrigado a fazer mais que meu dever, não sou escravo de você, nunca serei. Se, na condição de minha amiga, já sentes que sou obrigado a fazer por ti, imagine se eu fosse mais próximo, o que cobrarias de mim?
    Também tem seu comportamento infantil, de não entender os sentimentos dos outros, de não saber limites, o valor do dinheiro, o valor do tempo que passamos juntos, o valor do amor que as pessoas têm por você, como se fosse a protagonista do mundo, como se não soubesse que não somos nada, só poeira ao vento, que deveríamos apenas viver e buscar felicidade. Vejo em ti inocência quanto ao mundo e o jeito que ages não parece ser maldade, eu vejo isso com a navalha de Hanlon, mas não tolero este tipo de tratamento, quem sabe um dia vais amadurecer, talvez não, não sei, só o tempo dirá.
    Não acho que precisas mudar, deves seguir o caminho que queres, só digo que o caminho que segues difere do meu, só espero que você seja feliz, que ache alguém que te ame do jeito que és e que você também ame, ou, se não quiser também, apenas que sejas feliz no caminho que trilhar. Quero continuar sendo seu amigo, mas só seria mais que isso se você mudasse, quanto a mim, cito a música "Um Degrau Na Escada": "Quem sabe eu ache alguém pra me fazer feliz e queira tudo aquilo que você não quis, que saiba dar valor ao meu amor e que me queira bem".

Toinho Stark do Cangaço, 11/04/2024